Histórico de Passo Novo

Passo Novo é o 2o distrito do Município de Alegrete, com sua sede urbana localizada à margem direita do Arroio Lajeado Grande, é uma grande comunidade cuja população ultrapassa, em muito, a população de algumas cidades do Estado do Rio Grande do Sul, a exemplo de Tupanci do Sul (1.486 hab.), Montauri (1.466 hab.), Porto Vera Cruz (1.415 hab.), Carlos Gomes (1.404 hab.), André da Rocha (1.324 hab.), União da Serra (1.192 hab.) e Engenho Velho (1.034 hab.), conforme dados estatísticos do ano de 2020.

Já na última década do século 19, por volta de 1876, gradativamente foi se formando um povoado de casas e juntando-se um verdadeiro grupo de famílias, dentro as quais logo se sobressaiam as seguintes pessoas e famílias: José Wisintainer, Arquimínio Sidlerd; famílias Flores, Barreiro, Vinhas, Pahim, Prates Moral, Bairros e seus descendentes mais diretos. Como líderes se destacaram José Nogueira Prates, Rafael Moral, Paulo José Wisintainer, Moreira Guedes e outros, aqui referindo-nos aos primeiros habitantes e proprietários no local.

Havia no Rio Ibicuí um passo pelo qual o município de Alegrete se comunicava com as vilas de São Francisco de Assis, Jaguari e Santiago do Boqueirão, pelo qual muitas famílias aportaram na Vila, o que foi desde logo secundado pela construção e intenso funcionamento da rede da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, depois Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima – RFFSA, organização que no local, deu forte incremento a povoação, construindo uma “parada” ou estação de passageiros e de carga.

Daqui em diante apareceram como autênticos líderes na Vila os seguintes cidadãos, de boa formação moral e de médio grau de instrução, atributo que os fizeram comandar o comércio, a política e a organização comunitária do já progressista povoado: José Paulo Wisintainer, Cássio Canto, Manoel Guerreiro Vitória, Moreira Guedes Filho, Gerônimo Pires de Almeida, José N. Prates, Álvaro Kruel, Clarimundo Guedes Dorneles, Joaquim Pahim e outros.

Depois que a rede ferroviária foi implantada e que muitos movimentos sediciosos e revolucionários ali agitaram a tênue comunidade, a vila foi crescendo e outros líderes comunitários e políticos foram aportando.

Em 1928 o Cartório de Registro Civil e de Casamentos foi transferido do Parové para a nova Vila e outras entidades comunitárias vieram a ser criadas. O comércio e a indústria do charque, muito em moda na região, também foram ali localizados.

Além do pequeno comércio, foi instalado uma grande charqueada da firma Cássio Canto, Pahim e Cia Ltda., organização que exportava os produtos para as maiores cidades do Estado.

Junto à charqueada, também da mesma firma comercial uma fábrica de bons vinhos, a qual disputava os grandes centros comerciais compradores com a firma. no plantio de videiras (parreiras) e na industrialização e produção de bons vinhos foram pioneiros e grandes comerciantes no município os senhores Tácito de Sá e Silva, César Antunes Maciel, José Milano, Caetano Peluzzo, José Pinto Trindade, José de Carvalho Portela e Agostinho Bilheri. Os descendentes dos três maiores produtores, Tácito, Cesar Maciel e Jose Pinto Trindade promoveram forte disputa de mercado com a firma produtora de vinho da vila de Passo Novo, mas ainda assim o comércio ali prosperou e a vila foi crescendo, com o apoio das lideranças mencionadas.

Os episódios supra mencionados registraram-se no início do século XX. Já nas últimas décadas do século XIX pouco registros são encontrados.

Então, na década de 40, no mandato do Sr. Getúlio Vargas, então Presidente da República, as terras de Edmundo Villa, proprietário de cerca de 38 quadras de campos, numa extensão compreendida entre a margem direita do arroio Lajeado Grande, a partir da estrada que liga a comunidade de Passo Novo até a Lagoa Verde, estendendo-se pelas margens da estrada que faz a ligação Passo Novo/São João, passando pela localidade do Km 29, RST 377, foi desapropriada a fins de reforma agrária, sendo distribuídos 110 lotes com 30 hectares a donatários, sendo que após esse feito, o local do loteamento passou a ser conhecido como colônia do Passo Novo, nome que é usado até hoje para a região.

E esta é umas das características de Passo Novo que destoa de toda a Fronteira Oeste Gaúcha, qual seja: é uma grande comunidade agrícola, formada de inúmeros pequenos lotes. Este fato se observa entre o Arroio Lajeado e a cidade de Manoel Viana, onde os minifúndios e a diversidade de produção (pequenas lavouras de produção de subsistência, tambos leiteiros, criação de pequenos animais…) quebra com o paradigma de fronteira, que são os desertos demográficos causado pelas grandes extensões de latifúndios.

Outra curiosidade sobre Passo Novo é o fato que ela está localizado numa região formada por quatro aglomerado urbanos que estão muito próximos entre si, qual seja: Alegrete, Instituto Federal Farroupilha, Passo Novo e Manoel Viana, podendo chegar a cinco, se considerarmos a comunidade do Rincão Alegre como sendo uma vila; e tudo isso considerado numa distância de 40Km (veja a diferença de distância entre os outros centros urbanos: Alegrete ó Rosário do Sul: 100Km; Alegrete ó Uruguaiana: 140Km; Manoel Viana ó São Francisco de Assis: 45Km; Manoel Viana ó Barragem do Itu: 45Km).

A sede principal da referida fazenda ficava dentro da Área do Instituto Federal Farroupilha, onde hoje é a Unidade Educativa de Produção de Zootecnia III – Bovinocultura.

Hoje a Vila Passo Novo é um centro urbano de consideráveis proporções. É um local que possui vida própria, apesar de depender das decisões político-administrativas do Município de Alegrete. Hoje existe na vila cerca de 300 casas e igual número de famílias, há ruas asfaltadas e calçadas, uma excelente iluminação pública que serve de exemplo para a região, energia elétrica distribuída a todas as residências, inclusive as do interior, pela RGE distribuidora de energia Elétrica, rede de fibra ótica, rede de telefonia convencional e de internet, com telefones residências e sinal para telefonia celular, rede de abastecimento de água potável tirada de poços artesianos e também a via férrea, que transporta a produção da região para o Super Porto de Rio Grande e Porto Seco de Uruguaiana.

Atenção: esta narrativa foi realizada de forma sintética/resumida para o site de Passo Novo.

Passo Novo, RS, 05 de junho de 2021.

Por Valdomiro V. Martins, o Compendiador.

Trabalho elaborado por Valdomiro V. Martins, o Compendiador. (parte integrante do Livro “A História de Passo Novo”).

Direitos autorais reservados (Lei Federal n.º 9.610, de 19/02/1998). As lendas e estórias porém são livres.

Permitido a reprodução para fins didáticos e culturais (art. 29, I, Lei Federal n.º 9.610, de 19/02/1998).

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