Dados Geográficos de Passo Novo

A HIDROGRAFIA PASSONOVENSE

Passo Novo possuí em seu interior cinco bacia hidrográficas bem distintas e todas tributárias diretas do Rio Ibicuí.

Rio Lajeado Grande: hierarquia fluvial de 5ª ordem (Strahler – 1974), drenagem principal com 62 Km de extensão, orientação noroeste, padrão de drenagem retangular-dendrítico, forma alongada;

Sanga do Lopes: hierarquia fluvial de 5ª ordem (Strahler – 1974), drenagem principal com 10 Km de extensão, orientação para norte, padrão de drenagem retangular-dendrítico, forma retangular

Sanga da Divisa: hierarquia fluvial de 5ª ordem (Strahler – 1974), drenagem principal com 18 Km de extensão, orientação para norte, padrão de drenagem retangular-dendrítico, forma retangular;

Rio São João: hierarquia fluvial de 5ª ordem (Strahler – 1974), drenagem principal com 32 Km de extensão, orientação para norte, padrão de drenagem retangular-dendrítico, forma retangular.

Rio Jacaquá: hierarquia fluvial de 5ª ordem (Strahler – 1974), drenagem principal com 27 Km de extensão, orientação nordeste, padrão de drenagem retangular-dendrítico, forma retangular.

Rio Itapevi: hierarquia fluvial de 5ª ordem (Strahler – 1974), drenagem principal com 52 Km de extensão, orientação sudoeste-nordeste, padrão de drenagem retangular-dendrítico, forma alongada.

As orientações das drenagens principais mostram uma disposição levemente radial. A drenagem mais a oeste tem direção NW, passando a NE no canal do extremo leste. Esta distribuição da drenagem nos leva a inferir a ocorrência de um alto, determinado como Alto do Pavoré;

Lagoa do Parové: diz a lenda que esta lagoa se formou por simbolizar o amor de Camaco e Panaim, índia que teria formado a lagoa com as lágrimas de dor pela perda de seu amado. Possui 1.100 metros de comprimento e 500 metros de largura, está situada nas escavações naturais de um coxilhão. Localizada na região da Parové, sendo acessada pela RST-377. O Alto do Pavoré, onde está situada a Lagoa do Parové, é um local onde nascem diversos rios.

Rio Ibicuí: O Ibicuí é o maior rio que banha Passo Novo, servindo de divisa com os municípios de São Vicente do Sul, São Francisco de Assis e Manoel Viana. Sendo, dentro do território brasileiro, o principal afluente do Rio Uruguai.

Sua formação se dá na junção do Rio Ibicuí-Mirim com o Rio Santa Maria, no Município de Cacequi, na região sudoeste do Rio Grande do Sul e sua área de drenagem abrange 46.850Km². A partir da junção de seus formadores, desce em direção ao Rio Uruguai, com desnível de 22m, por uma extensão aproximada de 290Km.

No trecho superior, até a cidade de Manoel Viana, apresenta um leito maior com seção transversal larga, baixa profundidade e com margens baixas e fundo arenoso. Da cidade de Manoel Viana até a foz do Rio Ibirocaí, o leito é menor apresentando margens mais elevadas e o fundo é formado por sedimentos mais grosseiros. Já no seu trecho final, até a foz no Rio Uruguai, volta a apresentar margens baixas e o leito continua formado por sedimentos grosseiros aí depositados.

O Rio Ibicuí é o principal afluente do Rio Uruguai, pela sua margem esquerda, sendo o rio que apresenta melhores condições para a navegação. Além disso, oferece a possibilidade de ligação com a bacia do Rio Jacuí, formando uma via navegável que atravessa o estado do Rio Grande do Sul de leste a oeste.

O Rio Ibicuí e grande parte de seus tributários assentarem-se sobre depósitos de arenito, diferentemente dos outros rios formadores do Uruguai, que drenam águas provenientes das formações melafíricas que constituem a capa superior do planalto Sul-brasileiro.

Seu aproveitamento para irrigação das lavouras de arroz tem diminuindo consideravelmente as vazões, afetando, inclusive a navegabilidade das águas. No que se refere à navegação, deve-se ter em conta que os valores do tirante de água mínima, observados em estiagem, variam entre 0,70 e 1,35m.

Acrescenta-se a estes reduzidos valores o fato de que o grande desenvolvimento de bancos de areia e a alta mobilidade que tem o leito do rio, o que é outro fator negativo para a navegação em corrente livre.

São características do Rio Ibicuí a pequena declividade, a relevante presença de brejos e lagoas marginais que são grandes berçários de peixes (nelas é que se dá, em grande parte, o desenvolvimento inicial de boa parte das diversas espécies de peixes), as amplas margens de alagamento e as imensas praias de areias brancas, de onde provem o seu nome (“Rio das Areias Brancas”).

O Rio Ibicuí drena as águas de parte do Planalto do Rio Grande do Sul, da borda noroeste do Escudo Sul-rio-grandense, da região oeste da Depressão Central, colhendo águas ainda enquanto escoa lentamente rumo à Argentina, ao longo da vasta planura da Fronteira Oeste Gaúcha, para finalmente desembocar no Rio Uruguai.

O Rio Ibicuí é um rio de planície, portanto lento, e com substrato bastante arenoso. São seus principais tributários pela sua margem esquerda, dentro do território passonovense os rios: Itapevi, Jacaquá, Sanga da Divisa, São João, Sanga do Lopes e Lajeado Grande.

O Rio Ibicuí possuí a Praia do Jacaquá, situada a 18 Km da sede do Município de São Francisco de Assis e distante 40 Km da sede de Passo Novo, sendo acessada por estradas de chão bem conservadas. A ligação entre os municípios, como não existe ponte, é feita através da balsa “Arraia”. Nesta praia às margens do Rio Ibicuí existe uma ampla e completa infraestrutura para cerca de 500 barracas, sendo um excelente local para praticar esportes náuticos e a pesca amadora.

O Rio Ibicuí também é conhecido como “Rio das Peleias” – metáfora que o poeta Guilherme Schultz Filho utilizou para batizar o rio, por causa da série de episódios bélicos ali desenrolados ao longo dos séculos da formação da história gaúcha.

Atenção: esta narrativa foi realizada de forma sintética/resumida para o site de Passo Novo.

Passo Novo, RS, 05 de junho de 2021.

Por Valdomiro V. Martins, o Compendiador.

 

Trabalho elaborado por Valdomiro V. Martins, o Compendiador. (parte integrante do Livro “A História de Passo Novo”).

Direitos autorais reservados (Lei Federal n.º 9.610, de 19/02/1998). As lendas e estórias porém são livres.

Permitido a reprodução para fins didáticos e culturais (art. 29, I, Lei Federal n.º 9.610, de 19/02/1998).

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